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Feira de Agricultura Familiar é destaque no Dia C da Ciência em Mariana

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Lívia Ferreira

A agricultura familiar vem ganhando cada vez mais espaço na economia das cidades. A prática consiste no cultivo de alimentos, em sua maioria legumes e verduras, realizado por um único círculo familiar. Dessa forma, não se utiliza mão de obra externa, nem maquinário ou agrotóxicos. Em Mariana, a Feira de Agricultura Familiar foi pauta no Dia C da Ciência 2018, que teve como tema "Ciência para redução das desigualdades".

A segunda edição do Encontro da Agricultura Familiar aconteceu nessa quarta (17), durante todo o dia, no Centro de Convenções Alphonsus Guimarães, no centro de Mariana. O evento reuniu agricultores de Mariana, Ouro Preto e região, com o objetivo de oferecer capacitações no âmbito econômico e prático e possibilitar a troca de experiências e saberes tradicionais. 

A mesa de abertura contou com a presença de autoridades do município de Mariana, de representantes da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UFOP e de membros de instituições ligadas ao meio agrícola. O representante da Associação dos Agricultores Familiares de Piedade de Região, Ricardo César da Silva, reiterou a importância da Universidade, que incentiva a produção por meio dos projetos de extensão e da compra de alimentos dos produtores locais. "A compra institucional permitiu um giro na economia e, principalmente, colocar os agricultores dentro dessa economia. Além disso, as pessoas percebem que a Universidade também é delas: que elas podem ir até lá e vender", explica. 

O evento foi organizado pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão em Desenvolvimento Econômico e Social (Nupedes) da UFOP, com apoio da Prefeitura Municipal de Mariana, da Secretaria de Desenvolvimento Rural e da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Participaram alunos de quatro projetos de extensão da Universidade: Circula Agricultura, Sucessão Rural, Compra Institucional e Gestão Financeira. 

Segundo o participante da feira e animador do Cortejo da Agricultura Familiar, Leleco Pimentel, a feira e esse modo de cultivo são atos políticos nos dias de hoje. "Em tempos de desmontes, de políticas públicas contra a agricultura familiar, e de votação do pacote do agrotóxico, que permite e incentiva o uso de veneno no cultivo, um evento desses, além de uma animação e empolgação para os feirantes, é um ato de resistência", diz.

PRODUTOR LOCAL - Sirlene da Silva Gomes é agricultora de Bandeirantes, distrito do município de Mariana. Há 18 anos ela participa da Feira de Agricultura Familiar, que já aconteceu em vários lugares de Mariana, mas atualmente se instala todos os sábados na entrada do Centro de Convenções. "As pessoas nos perguntam como que funciona o nosso plantio, porque não conhecem. Não plantamos com remédios, pegamos água direto da mina. O nosso produto é totalmente orgânico", explica. 

Mas nem sempre foi assim. Quando a cidade não tinha incentivo à produção agrícola familiar, Sirlene vendia de porta em porta, e esse era o sustento de sua família. "Eu saía com um balaio nas costas e ia atrás das pessoas para comprarem na minha mão. Não tinha onde vender. Agora tenho minha própria barraca, que estou terminando de pagar", conta a vendedora.

A feira de agricultura fez parte da programação do Dia C da Ciência, uma ação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que uma mobiliza universidades e institutos federais de todo Brasil. 

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