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Pesquisa da UFOP mostra presença de microplásticos em peixes da Bacia Alta do Rio Doce

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NPG

A pesquisa analisou tanto a tilápia (Oreochromis niloticus), espécie não nativa, quanto as nativas, como o acará-camaleão (Australoheros facetus) e o papa-terra (Geophagus brasiliensis), verificando maior concentração de microplásticos em suas brânquias, o que pode afetar diretamente as trocas gasosas e, consequentemente, a respiração dessas espécies. Outra constatação observada a partir dos resultados obtidos é a de que a contaminação na Lagoa do Gambá, localizada na cidade de Ouro Preto, já era significativa desde décadas passadas, o que reforça a necessidade de monitoramento ambiental e da pesca, assim como estudos acerca dos impactos dessa poluição também para a população que consome pescado proveniente da região.

A dissertação de mestrado intitulada "Perseguindo partículas: o primeiro registro de microplásticos em peixes da bacia do Rio Doce em Minas Gerais, Brasil" foi desenvolvida por Valeria Jiménez Cárdenas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais (PPGEBT) da UFOP. Trata-se da primeira pesquisa sobre esse tipo de contaminação na chamada Bacia Alta do Rio Doce.

Buscando compreender os impactos dessa contaminação no ambiente aquático e na fauna local, a investigação analisou exemplares coletados entre 2002 e 2003. Ao todo, foram identificadas 744 partículas de microplásticos em diferentes partes dos peixes analisados, incluindo brânquias, trato digestivo e ovários. Entre os microplásticos mais prevalentes estão as fibras e fragmentos de cores transparentes e azuis, com destaque para materiais como polipropileno e polietileno. Esses polímeros são amplamente utilizados na fabricação de sacolas plásticas, garrafas, roupas, brinquedos, embalagens para cosméticos, capacetes e diversos outros produtos do cotidiano.

Os microplásticos são fragmentos que medem menos de cinco milímetros, provenientes da degradação de resíduos maiores ou fabricados diretamente nessa dimensão. Esses contaminantes são facilmente ingeridos ou absorvidos pelos organismos aquáticos, podendo causar obstrução do trato digestivo, danos aos tecidos e interferência em funções fisiológicas essenciais, como a respiração e a reprodução. Por isso, representam uma ameaça significativa à saúde dos peixes e à biodiversidade aquática.

Sob orientação da professora do Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente (Debio) Eneida Eskinazi Sant'Anna, o estudo inédito contou ainda com a coorientação da professora Viviane Martins Rebello dos Santos, do Departamento de Química (Dequi), e do Dr. André Magalhães L. Barroso. Segundo a autora Valéria, "investigações como essa nos levam a pensar que a pesquisa científica deve ser levada a sério, não apenas como dados a serem arquivados, mas sim como uma fonte de ideias cientificamente fundamentadas que são instrumentos essenciais para formalizar ações concretas para proteger nosso recurso compartilhado mais vital: o planeta Terra".

 

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