O programa é coordenado pelos professores da UFOP Alberto Fonseca, Cesar Barella e Guilherme Gomes em colaboração com outros docentes e estudantes e com técnicos e gestores da Secretaria de Meio Ambiente de Ouro Preto. O PromoSAT-OP surgiu como desdobramento das pesquisas com temáticas socioambientais da UFOP, em especial a do professor Alberto Fonseca, que é bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq na área de ciências ambientais.
Os resultados preliminares do programa sugerem que o território ouro-pretano vem sofrendo um processo de degradação biofísica em função de fatores como o crescimento populacional e a expansão das áreas urbanas e das atividades produtivas e industriais, sem o devido planejamento e controle. As consequências são a perda de florestas e de outras formas de vegetação nativa, a redução da disponibilidade de recursos hídricos, o aumento de vulnerabilidade a riscos geotécnicos, dentre outros impactos. O projeto visa avaliar e relatar publicamente o estado do território ouro-pretano, podendo posteriormente ser expandido para toda a Região dos Inconfidentes.
Segundo o professor Alberto, o programa foi pensado para funcionar mesmo na dura realidade da administração pública brasileira, que envolve baixa capacidade orçamentária, precariedade administrativa, descontinuidade de políticas públicas, dentre outras condições adversas. "O programa é uma iniciativa integradora e audaciosa que vai viabilizar o ensino, a pesquisa e a extensão em diversos cursos da Universidade, além de promover aplicações no âmbito administrativo do poder executivo municipal, de modo que se torne uma ferramenta de suporte à decisão, cidadania e educação para toda a comunidade ouro-pretana", assinala.
As avaliações territoriais vão ser realizadas por meio de análises integradas quali-quantitativas de diversas camadas de informações biofísicas e socioambientais. Os relatórios periódico e anual vão ser disponibilizados no
WebMAPA que no futuro também fará alertas sobre tendências negativas e oportunidades de investimentos e planejamento inteligente do território.
Ainda de acordo com Alberto, a relevância do projeto se dá em função de Ouro Preto (MG) ser um dos mais conhecidos dos 5.570 municípios brasileiros por causa das atrações do centro histórico, tombado em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o que contribuiu para que a cidade recebesse o título de Patrimônio Cultural Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Além do patrimônio natural e social, outras extensões da cidade são parcialmente desconhecidas pela população em geral.
"O PromoSAT-OP vai contribuir para o aumento do conhecimento dessa parcela da população sobre o seu próprio município, aprimorando os processos decisórios e, a longo prazo, melhorias sociais e ambientais para a sociedade", completa.