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Mesa-redonda 50 anos UFOP dialoga sobre futuro da Universidade Pública

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Mylena Gonçalves
 
 

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Mylena Gonçalves
Flávio Andrade atua na Comissão dos 50 anos
Como parte da programação do 50 anos da UFOP, o Departamento de Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (Deedu/ICHS), a Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e a Multicultural - Empresa Junior de Artes Cênicas e Música promoveram a mesa-redonda "Democracia, conjuntura econômica e direitos: para onde vai a universidade pública?", com o intuito de fomentar a reflexão e o diálogo com as comunidades interna e externa.
 
A mesa aconteceu na noite da última quarta-feira (03), no Centro de Artes e Convenções da UFOP, e foi composta pelas professoras Célia Lessa Kerstenetzky, do Dep. de Economia da UFRJ, e Nina Ranieri, do Dep. de Direito da USP, e também pelo professor Cláudio Gonçalves Couto, do Dep. de Gestão Pública da FGV.
 
O coordenador da Comissão de Comemoração dos 50 anos, Flávio Andrade, comentou que é muito importante conhecermos a história das universidades do país para que possamos pensar o futuro delas. "Sempre procuramos fazer pontes entre a universidade e a comunidade, para diminuir a distância que ainda é muito grande. Num país injusto como o nosso, nós tivemos a oportunidade de estar numa universidade, como aluno ou servidor, enquanto a maioria paga para esse espaço funcionar e nunca pisou aqui dentro. É fundamental que a gente se mostre para a sociedade, por meio de ações de pesquisa, extensão e ensino, como forma de evidenciar em que está sendo empregado o dinheiro público".
 
Antecedendo as falas dos convidados, a reitora da UFOP, profa. Cláudia Marliére, enfatizou que a iniciativa é oportuna para o momento. "Do ponto de vista da democracia, o diálogo se torna complexo, pensando que elegemos democraticamente um governo que tem provocado conflitos com vários setores da sociedade. Falando a partir da conjuntura econômica, observamos esse processo longo de recessão que tende a se estender. E do ponto de vista dos direitos individuais e coletivos, atravessamos um momento conflituoso, em que estes nos estão sendo negados", alerta.
 

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Mylena Gonçalves
A equipe Multicultural participou da organização
 

O pró-reitor de Extensão, prof. Marcos Knupp, frisou a importância de se produzir e falar de extensão nas universidades: "pessoas da comunidade ainda tem receio de pisar no espaço público. A extensão é o canal para legitimar as universidades públicas diante da sociedade, ante os ataques que temos sofrido este ano".

MESA-REDONDA - O professor convidado, Cláudio Couto, analisou os atores relevantes do governo atual, instituições onde atuam e como eles se relacionam. A partir disso, mostrou alguns cenários para a universidade brasileira, entre eles os que ameaçam a produção de conhecimento. A professora Célia Kerstenetzky, por sua vez, considerou "a parte de economia a mais ameaçadora do governo, junto com a agenda ideológica, de estado mínimo". Célia chamou a atenção para a necessidade de se refletir sobre a importância do gasto social no país, apontando como saída uma articulação dos "nossos pressupostos de defesa da política social".
 

A professora Nina Ranieri fez um panorama jurídico sobre a universidade pública e sua autonomia. Ela destacou que essa autonomia é prevista constitucionalmente. Segundo ela, essa garantia constitucional foi criada para que as instituições, tanto públicas quanto privadas, permanecessem "livres, e sem interferências". Ranieri lembrou que "autonomia universitária não significa independência, e que autonomia e controle é um embate permanente nas universidades".

A programação de comemoração dos 50 anos da UFOP se estenderá ao segundo semestre letivo de 2019. Participe!

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Mylena Gonçalves
A reitora Cláudia Marliére enfatizou a importância de mostrar para o público as iniciativas da UFOP
 
Veja a transmissão da mesa na íntegra: