Hoje, Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) respondem por cerca de 29 mil testes de detecção do coronavírus, 823 pesquisas sobre a Covid-19, quase 2 milhões de álcool em gel e 220 mil EPIs produzidos, além de 454 leitos de UTI disponibilizados e 697 campanhas educativas. Desde o início da pandemia, as Ifes estão na linha de frente da batalha contra o avanço do coronavírus no País. São 67 instituições distribuídas por todo o país que assumem esse papel junto com o poder público.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) preparou um relatório que reúne as principais ações dessas instituições. O resultado foi apresentado pelo diretor-executivo da entidade, João Carlos Salles Pires da Silva, reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em coletiva para a imprensa na manhã desta segunda (11).
O documento traz dados que mostram o trabalho intenso feito por essas instituições, e o diretor-executivo destaca a importância do investimento nas pesquisas, antes e durante a pandemia, como uma “medida profilática fundamental” para que o Brasil consiga reduzir a contaminação. Atualmente, são desenvolvidas mais de 800 pesquisas sobre a doença e o vírus que a causa.
O documento traz dados que mostram o trabalho intenso feito por essas instituições, e o diretor-executivo destaca a importância do investimento nas pesquisas, antes e durante a pandemia, como uma "medida profilática fundamental" para que o Brasil consiga reduzir a contaminação. Atualmente, são desenvolvidas mais de 800 pesquisas sobre a doença e o vírus que a causa.
O levantamento inclui o número de campanhas educativas desenvolvidas pelas universidades, que, até o momento, passam de 700. Essas campanhas vêm para cumprir outro dever da universidade, o “de passar conhecimento, de mostrar a importância das medidas de distanciamento social, por exemplo. De lembrar que, nesse momento, devemos seguir o conhecimento, não a ignorância ou o ignorante. De afastar o preconceito, esclarecer e explicar dados”, aponta João Carlos.
Para a reitora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Cláudia Marliére, os dados do relatório demonstram o tamanho da força das universidades públicas no combate à Covid-19. “A ufop, presente nesta luta, buscando intensificar suas ações nas áreas de pesquisa e de extensão comunitária, assim como em atividades acadêmicas, por meio da realização de seminários e outras atividades remotas de arte, educação e cultura para a saúde, como forma de promover uma melhor afetividade e integração entre as comunidades do seu entorno.” O site da UFOP traz diversas opções de atividades na seção de eventos.
Das 67 instituições brasileiras, 46 participaram da pesquisas, inclusive a UFOP. As informações apresentadas incluem dados como número de pesquisas em andamento, ações de testagem do coronavírus e leitos disponibilizados para tratamento. Confira o
relatório completo.
VOLTA ÀS ATIVIDADES - Outro assunto levantado pelos participantes da coletiva foi o retorno das Universidades às atividades e o uso de recursos de educação a distância.
A reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lucia Pellanda, que faz parte da diretoria da Andifes, explicou que as universidades são as últimas a voltarem a funcionar quando é feito um planejamento para a retomada pós-quarentena pelos municípios. Isso acontece por dois motivos: o primeiro é que as instituições estão trabalhando na linha de frente do combate ao coronavírus, junto com os serviços públicos de saúde. A segunda razão é pela cautela. “Como as universidades atraem pessoas de todos os estados, nós representamos uma circulação muito grande pra cada cidade onde temos campi, principalmente para as cidades universitárias. Então a circulação provocada pela universidade pode representar a volta de um surto epidêmico”.
João Carlos destacou que cada instituição tem autonomia para planejar seu retorno e a aplicabilidade de recursos de ensino remoto. A preocupação, segundo o ele, é que sejam garantidas a qualidade do ensino e a isonomia de oportunidades para todos os estudantes. “A Andifes recomenda firmemente que a universidade não desconsidere a desigualdade de acesso dos estudantes. Ao mesmo tempo lembra que o acesso a tecnologias digitais exige a manutenção de uma competência, e há projetos pedagógicos especificamente voltados para ações remotas”.
Ainda que a UFOP não esteja com aulas presenciais, a comunidade acadêmica segue trabalhando para garantir que as ações da Universidade, tanto aquelas voltadas para impedir o avanço do coronavírus quanto as da rotina, sigam em funcionamento. "Isso significa que, mesmo com a suspensão do calendário acadêmico, as demais atividades estão sendo desenvolvidas remotamente em sua quase totalidade, e a Universidade está em plena atividade, envolvendo alunos, técnicos administrativos e professores", explica a reitora.
UFOP - Desde meados de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia do novo coronavírus, a UFOP trabalha continuamente para frear o avanço do vírus na região onde atua.
A universidade
assinou o termo de compromisso para fazer parte da RedeLab Covid-19. O seu Laboratório de Imunopatologia, localizado no Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas (Nupeb), atende às exigências da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e poderá realizar 200 testes de detecção do novo coronavírus. A previsão é que os testes tenham início nos próximos dias.
A Universidade também
trabalhou diretamente na organização do Centro de Enfrentamento à Covid-19, conhecido como Hospital de Campanha, em Ouro Preto, cedendo equipamentos e insumos e
treinando as equipes que atuam no atendimento.
No dia 11 de março, a UFOP instituiu o Comitê de Prevenção ao Coronavírus, formado por profissionais de diferentes setores que podem contribuir com a maior qualidade e agilidade na divulgação das informações. Também é papel do comitê definir ações institucionais para evitar a propagação do vírus e os protocolos a serem seguidos pela comunidade acadêmica, caso aconteça algum caso de contágio na Universidade. O comitê articula parcerias com as prefeituras de
Ouro Preto e de
Mariana.
Pesquisadores da Universidade atuam em diferentes frentes. Um grupo interdisciplinar de 10 cientistas do Brasil e do México, dentre eles quatro da UFOP,
identificaram vulnerabilidade da região Amazônica e defendem controle sanitário nos aeroportos.
O projeto
CuidaIdoso, voltado principalmente para os idosos e seus cuidadores, tem como objetivo disponibilizar gratuitamente plataformas para suporte e orientação durante a pandemia. Já o
Diálogos, que conta com a participação da UFOP, visa discutir temas bioéticos e biojurídicos que envolvem a pandemia.